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A Quatro Mãos

Nos tempos livres, eu e a minha mãe dedicamo-nos aos trabalhos manuais. É um vício que nos tem perseguido toda a vida e que funciona com terapia nos momentos de maior stress.

A Quatro Mãos

Nos tempos livres, eu e a minha mãe dedicamo-nos aos trabalhos manuais. É um vício que nos tem perseguido toda a vida e que funciona com terapia nos momentos de maior stress.

Espanta-espíritos

02
Jul20

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O espanta-espíritos era considerado um amuletos pelos primeiros povos da América do Norte (Estados Unidos da América e Canadá). Estes povos primitivos acreditavam que o espanta-espíritos protegiam as crianças ao afastarem as más energias. Este objecto é também conhecido como caçador de sonhos ou sino de vento. Originalmente, era construído a partir de um aro feito de salgueiro-chorão revestido com tiras de couro no qual se entrelaçavam vários fios de forma a cria uma espécie de teia de aranha. No aro, era também comum pendurarem-se penas de aves ou contas, objectos de grande simbolismo para estes povos.

 

Segundo a lenda, registada pelo etnógrafo americano Frances Theresa Densmore (1867-1957) em 1929, o espanta-espíritos foi inspirado na deusa Asibikaashi (mulher-aranha, em língua ojíbua), protectora das crianças. Quando o povo ojíbua (um dos povos primitivos) se mudou para o norte do continente americano, acreditando que a deusa não podia acompanhá-los, as mães e as avós construíram estes objectos em forma de teia de aranha e colocaram-nos nos berços para que os maus espíritos não atacassem as crianças.

 

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Nos anos de 1960 e 1970, este objecto foi apropriado pelo Movimento Pan-Índigena como símbolo da união de todos os povos indígenas. A partir de 1980, o espanta-espírito começou a popularizar-se, e hoje é possível encontrá-lo um pouco por todo o mundo, das mais diversas formas e materiais. Normalmente penduram-se junto às portas ou janelas para manter as más energias fora das casas.

 

Esta semana, eu e a minha mãe, decidimos construir o nosso primeiro espanta-espírito. Aproveitando um aro de madeira que tínhamos guardado, forrámo-lo com trapilho branco (que no sobrara de um outro projecto). Para o meio, a minha mãe fez uma roseta em croché com fio de algodão em múltiplas cores para que o espanta-espírito ficasse colorido. Depois de presa a roseta ao aro, pendurámos  três rabos-de-porco (tiras em croché enroladas que lembram mesmo os rabos dos porcos), e colocámos junto de uma das nossas janelas.

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Gostam?

Brevemente, apresentaremos outro espanta-espírito. Fiquem atentas/os.